REFLEXÃO I: O BOM PASTOR



REFLEXÃO NO SALMO 23.1-3



Este texto é de significado singular para mim. Digo isso, pois remete a uma das mais confortantes experiências de um homem que soube entender o amor de Deus na própria pele. Este texto tem de especial a analogia que Davi faz entre o pastor de ovelhas e nosso amado Pai. O que magnificamente ressalta aos nossos olhos é a revelação que Davi faz de um Deus que se preocupa com o ser humano e está atento as nossas mais difíceis necessidades. Ao mesmo tempo que Davi faz essa reflexão algo dele mesmo brota nesse cântico. Não podemos esquecer que o autor desse belo hino era pastor de ovelhas (2 Sm 7.8) e cuidava das mesmas com a própria vida e, cultivando essa experiência do pastorado percebeu que o mesmo cuidado que ele tinha com suas frágeis criaturas Deus semelhantemente tinha por ele.
Davi destaca em seu salmo um Deus que é pastor e como tal assume essa posição assim como totalmente as qualificações que cabem a um diligente pastor e são nessas qualidades que o jovem ruivo experimentara em sua vida de perigos que entendemos o grande amor de Deus por nós.
A primeira coisa que ressalta aos olhos é a dimensão do cuidado. Da esperança e certeza desse cuidado é que faz brotar o cântico “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará”. Esta afirmação não poderia vir de qualquer boca, mas apenas dos lábios de alguém que havia experimentado essa realidade. Era exatamente essa certeza de Davi no terno cuidado de Deus que o fazia ser diferente em sua geração e em suas decisões. 
Davi revela ao leitor cuidadoso em seus deliciosos versículos a dimensão de Deus e sua qualidade como pastor em relação a nós. Como se disse a pouco a primeira coisa que se deve considerar aqui é a relação baseada no cuidado. Não são poucos os textos em que Davi demonstra o atento cuidado de Deus para com ele nos momentos dificultosos. Um deles está sito no Salmo 40. No desandar deste salmo pode-se perceber a sensação de pavor que o mesmo passara. Seus momentos de crise eram comparados a um sufocar no charco de lodo. Porém, mesmo em situação angustiante e apavoradora ele afirma no verso 17: “Deus cuida de mim”. 
A certeza desse cuidado sempre pronto a socorrer fazia Davi exclamar com voz de alegria que o Senhor era a sua luz e salvação e que “Ainda que um exército me cercasse, o meu coração não temeria; ainda que a guerra se levantasse contra mim, nisto confiaria" (Salmos 27:3). As situações poderiam variar, mas o espírito de Davi estava sempre pronto a crer que Deus era maior para socorrê-lo em tempo certo. Quando cremos e esperamos na resposta certa e benfazeja do Pai da consolação somos consolados, e por ele animados a fim de que vivamos na plenitude de sua bondade.
Isso gera algo glorioso dentro de nós: um espírito refrigerado. A confiança que depositamos em Deus faz-nos perceber as adversidades sob uma nova perspectiva: a perspectiva da fé. E isso incomoda-nos em grande apreço. Incomoda por que aquilo que dependemos de fé independe de nossas capacidades. Somos forçados a nos lançar no Mistério resoluto sem saber o que ocorrerá. É um saltar na escuridão, mas com um sentimento certo no seio de que o bom pastor está atento a nos olhar e preparado para nos agarrar no momento da queda. Antes de nos lançarmos completamente agonizamos, gritamos e sofremos como uma ovelha que observa a entrada do lobo no raio das terras de seu senhor. O segredo da fé é lançar-se por inteiro e lançando-se permitir-se ser levado cuidadosamente a firmeza daquilo que se espera e a certeza daquilo que não se vê (Hb 11.1). 
Lançar-se completamente a Deus é dizer com leveza de espírito: “Confio em ti Senhor e Deus meu, por isso sou confortado pela fé que nutro em mim”. Assim participamos das tempestades que ora ou outra insistem em assolar nosso pequenino barco. Estamos dentro dela, mas ela não está dentro de nós. É o que percebemos claramente na caminhada das águas de Jesus (Mt 14.22-34). Nos versos anteriores Jesus havia realizado a multiplicação dos pães e peixes para as pessoas que escutavam suas palavras e terminando seu sermão subiu a um monte a orar ordenando a seus discípulos que entrassem no barco e prosseguissem a viajem sem ele. De prontidão os pupilos obedeceram a ordem do divino mestre e ao chegarem ao meio do mar uma tempestade os assolou. A cena era dramática. Ondas entravam na embarcação anunciando previamente o desastre a acontecer, mas de repente entre as ondas surge Jesus. A cena é digna de efeitos especiais. Os discípulos dominados pelo medo pensavam estar diante da morte e gritavam: Vejam um fantasma! A tempestade impedia que eles percebessem a presença de Jesus em seu meio. Ao se identificar Pedro pede permissão à encontrá-lo nas águas. E aos poucos o retrucão Pedro ia caminhando, porém algo ocorre. Pedro foi ao encontro de Jesus, mas a tempestade não estava apenas fora do barco, estava dentro de seu coração. O temor fê-lo afundar nas águas de seu próprio medo. Quando entrou alguém que não cultivava a tempestade dentro de si no barco, mas a fé no socorro de Deus, as águas tempestuosas cessaram. “Homem de pouca fé!” Dura declaração. Nem para pôr café serviam! (risos) Mas, estavam sendo ensinados a crer e confiar no cuidado carinhoso de Deus. 
Espero carinhosamente que você como ovelha do pasto do Bom Pastor descanse a alma e firmemente creia no socorro protetor e acalentador de Deus. Desejo semelhantemente que na confiança que seja posta nele possa estar todas as suas expectativas emocionais, psicológicas e espirituais. Não deixe nada em teu coração perturbar o refrigério que o Senhor te dá. Minha oração ainda é que você desfrute das tempestades não como desastres, coisas ruins e insuportáveis, ou situações desagradáveis crendo ser castigo de Deus, mas como momentos de maturação na própria vida como ser humano e filho de Deus. Que Deus vos abençoe. 

1 Response to "REFLEXÃO I: O BOM PASTOR"

  1. Anônimo Says:
    14 de julho de 2011 às 07:41

    Meu querido que coisa tremenda essa reflexão.
    Fui muito abençoada, que Deus continue te usando grandemente.UM GRANDE ABRAÇO.

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